Existem comunidades que são tão antigas que parecem que sempre existiram. Já outras, existem a pouco tempo e são tão marcantes e possuem tantos moradores que parecem ser eternas, apesar de terem pouco tempo de fundação.
Então resolvi pegar como exemplo uma comunidade fictícia para contar como teria sido seu desenvolvimento de quando fundada até hoje.
Como gosto muito de flores, resolvi batizá-la com um nome bem singelo e delicado: Bromélias.
Esta nossa comunidade existe desde sempre, mas só entrou em evidência recentemente, quando Cabral descobriu o Brasil.
Sabe Caramuru? Primeiro passou pelas Bromélias e, depois de muito aprontar, foi expulso e viveu suas aventuras longe de lá porque, nesta comunidade, não se aceitava baderna.
Cabral aportou primeiro nas Bromélias mas, como lá ninguém é besta, o botaram para correr com aquele monte de bugigangas e ele foi com o rabo entre as pernas lá para as bandas de Porto Seguro.
Inconfidência Mineira? Tiradentes? O movimento começou foi nas Bromélias, através de seu Tinoco, um conhecido madeireiro chamado por todos de Ranca-Toco.
Era um bom homem, mas que não conseguia guardar segredo e, quando o X-9 do Silvério esteve nas Bromélias, seu Tinoco “deu com a língua nos dentes” e contou tudo sobre o movimento que começaria com os Bromelianos e terminaria com os Mineiros.
Onde vocês acham que Duque de Caxias aprendeu a arte das estratégias de guerra? Claro que foi nas Bromélias! Inclusive ele iria usar o título de Duque das Bromélias mas, a pedido da modesta população, ele optou por ocultar onde tinha aprendido seu ofício.
Bem antes disso, Pedro Primeiro proclamou a independência do Brasil por imposição Bromeliana: ou declarava ou perderia este pedaço importante do país. Teve um dia em que ele arranjou uma briga com Sebastião Mão de Pilão, conhecido encrenqueiro da comunidade e, com medo do que poderia lhe acontecer, resolveu ficar lá pelas bandas do Rio. Esse dia ficou conhecido como o “Dia do Fico”. Para se redimir, resolveu obrigar a filha a assinar a libertação dos escravos, para que assim, Mão de Pilão o deixasse voltar para as Bromélias e aproveitar tudo que a comunidade tinha a oferecer que, diga-se de passagem, eram coisas muito melhores que o Rio de Janeiro ou qualquer país da Europa. Porque, com Sebastião não tinha esse negócio de ninguém se engraçar de escravizar os outros e, se alguém se arriscasse a fazer, ia entender porque ele era chamado de Mão de Pilão.
Nas Bromélias, um tal de Zumbi quis botar banca e foi escorraçado. Correu tanto que foi parar em um lugar isolado chamado Palmares, somente para ficar longe das Bromélias. Dizem que ele até enfrentou o exército para não ter que ser preso e extraditado para terras Bromelianas.
O único lugar do Nordeste que Lampião nunca se atreveu a entrar, adivinhem onde foi? Nem vou me dar ao trabalho de dizer, porque vocês já devem imaginar qual foi...
Quando o cangaceiro chegou lá, cheio de valentia, encontrou pela frente Vanderlino Vela de Sete Dias e, a valentia de Virgulino acabou na hora.
Todo bom historiador sabe que o Marechal Deodoro da Fonseca, se chamava de verdade, Deodoro Bromeliano da Fonseca.
Se eu fosse ficar aqui listando todos os eventos que aconteceram por causa das Bromélias, eu iria precisar fazer uma trilogia.
Como são pessoas muito tímidas e discretas, os Bromelianos deixam que outros lugares levem a fama pelos seus feitos.
Querem um exemplo? Dizem que um Bromeliano saiu do país para viajar pelo mundo e, discretamente, mudou seu nome de batismo. Viajou para Honolulu com o objetivo de pegar umas ondas, grande surfista que era.
Se naturalizou, depois foi para os Estados Unidos e fez um certo sucesso por lá. Não sei se vocês o conhecem pelo seu nome de batismo, que é Onofre da Silva, mas devem conhecer pelo apelido: o danado gostava tanto de barraca de praia que passou a ser chamado de Barraca Ambulante da Brahma. Como brasileiro gosta de diminuir os nomes das coisas e pessoas, começaram a chamar de Barraca da Brahma. Quando foi para os States, os gringos que não conseguiam pronunciar esse apelido, começaram a chama-lo pelo nome que o tornou famoso. Vocês já ouviram falar de um tal Barack Obama?
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