Que o cachorro é o melhor amigo do homem, todo mundo já sabe.
Mas, no caso de Tadeu Tarugo, isso era uma verdade absoluta.
Ximbica não só era o melhor, como o único, amigo de Tarugo.
Onde um ia, o outro ia junto.Tadeu precisava ir ao mercado? Ximbica, o cachorro, ia junto.
Ximbica precisava de veterinário? Tadeu levava ele.
Tarugo precisava ir ao médico? Ximbica o acompanhava.
E era assim em todos os momentos.
Porém, certa vez, Tadeu Tarugo precisou viajar e por algum motivo que nem eu lembro e nem vem ao caso, pela primeira vez não pode levar seu fiel, dedicado e devotado amigo, Ximbica.
Triste, abatido e desanimado, Tarugo embarcou em um ônibus para a tão custosa e indesejável viagem.
Já havia viajado outras vezes mas, sem Ximbica, era a primeira vez.
Após vinte minutos de viagem, Tadeu Tarugo levantou e, discretamente, cochichou no ouvido do motorista:
- O senhor pode dar uma paradinha para eu fazer pipi?
- Tem banheiro no ônibus, senhor.
- Eu sei. Mas é que eu tenho um problema e não posso fazer lá.
Um pouco contrariado, o motorista parou o ônibus e, Tarugo correu até uma “moitinha” para consumar o ato.
Meio envergonhado, Tadeu voltou ao coletivo e a viagem continuou.
Passados mais vinte minutos, eis que Tarugo voltou a cochichar ao motorista, ainda mais envergonhado que a primeira vez:
- Tem como parar de novo para eu fazer um pipi?
Um pouco mais contrariado que a primeira vez, o motorista tornou a parar o ônibus em um acostamento.
E mais uma vez, Tarugo correu até uma “moitinha”, consumou o ato e voltou para o ônibus
Passados mais vinte minutos, novamente Tadeu foi ao motorista.
Já bastante contrariado, o motorista parou e todo o processo se repetiu.
Aliás, de vinte em vinte minutos, Tadeu Tarugo pedia uma “paradinha” para fazer pipi.
A essa altura, não só o motorista mas também todos os passageiros já estavam muitíssimos contrariados.
Tinha gente reclamando, gritando, ameaçando, apontando o banheiro e jurando nunca mais viajar com aquela empresa.
Envergonhado, Tadeu Tarugo pedia desculpas mas insistia que precisava parar de vinte em vinte minutos para fazer pipi.
E assim foi, até que um dos passageiros levantou e cochichou no ouvido do pobre Tadeu Tarugo:
- Amigo, aqui pra nós, porque de verdade você tem que descer do ônibus de vinte em vinte minutos para fazer pipi?
- É porque eu tenho um cachorro chamado Ximbica que está sempre comigo e nunca nos separamos...
- Não entendo...
- É que sempre que saio para algum lugar, levo o Ximbica.
- E daí?
- E daí que, as vezes, venho na frente e o Ximbica só não se perde por causa do pipi.
- Agora foi que não entendi nada.
- É que na ida, de vinte em vinte minutos o Ximbica parava para fazer pipi e, na volta ele acertava o caminho pelo faro da urina. Então, estou deixando um rastro para que, caso ele resolva me seguir, não se perca pelo caminho.
Não é comovente a amizade entre o homem e o cachorro?
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