quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Sobre a Falta de Respeito



Hoje em dia não se respeita mais nada. 
E não estou falando dessa geração de jovens atual. 
Estou falando é dos bichos mesmo!
Antigamente, os animais tinham regras. Hoje em dia, são um monte de rebeldes sem causa, sem hierarquia e sem respeito.
E antes que você comece a rir e a achar que estou maluco, me ouça, preste atenção, raciocine comigo e veja se não tenho razão.
Você cresceu sabendo que cachorro gosta de comer o que? Eu respondo: osso! A gente via nos desenhos animados os cachorros brigando com unhas e dentes por causa de que? De um maldito osso!
Agora tente dar um osso para seu cachorro se alimentar! Não importa se é aquele cão nervoso que parece um rato, se é um Pitbull ou mesmo um simpático vira latas caramelo: eles querem carne, ração ou qualquer outra coisa. Qualquer troço, menos osso. 
Gatos? Gatos gostavam de leite e de ratos. Hoje em dia, os bichanos até bebem o leite mas, comer ratos? Esses felinos Nutellas de hoje em dia tem é medo dos ratos! Também, pensem comigo: os diabos dos ratos de hoje são maiores que os pobres dos gatos. Parece que vitaminaram os roedores para que os bichos cresçam iguais a cavalos. 
Ah, não vamos esquecer que ratos antigamente gostavam de queijo. 
Hoje em dia, talvez por não achar mais o queijo com tanta facilidade por causa do preço, os roedores preferem coisas mais acessíveis como pão ou restos do almoço. Aliás, talvez pelo fato de não serem mais caçados pelos gatos, tem tanto roedor no mundo que a concorrência é grande demais para que eles escolham o que comer. 
Pombos! Os pássaros tinham um medo horroroso do ser humano. Bastava você fazer menção de dar um passo que eles voavam desesperados de medo. Hoje em dia, nem você pedindo licença, os bichos saem de sua frente. Recentemente, inclusive, dormi com a janela do quarto aberta e quase morro de susto quando, ao abrir os olhos, me deparei com um pombo gordo feito um elefante, empoleirado na cabeceira de minha cama a olhar de forma macabra para minha pessoa. E o pior: quando o enxotei, o miserável ainda deixou cocô em minha cama antes de sair voando. 
Os galos antigamente eram nossos despertadores naturais: cantavam seu popular cocoricó meia noite e cinco da manhã. 
Agora, tem galo cantando três da tarde, dez da manhã, meio-dia e qualquer outro horário que lhe convenha. Tem galo até fazendo o serviço do cachorro e tomando conta da casa! 
Mas isso é história para outro dia. 
Os passarinhos ficam mais no chão que voando; micos gostam mais de andar pelos fios de eletricidade que nas árvores; papagaio não gosta mais de biscoito e, cavalos não comem mais qualquer capim. 
E se você pensa que cavalo gourmet é o fim da picada, é porque não prestou atenção nas moscas. Aliás antes de falar das moscas, já que falamos de picadas, qual foi a última vez que você viu uma cobra?
E não vale falar de sua sogra ou daquela sua amiga. 
Estou falando de cobra de verdade...
Pois eu vi uma semana passada: verde, pequena, lisa...e mansa!
A bicha se aproximou por dentro do mato, parou perto de algumas mulheres aterrorizadas e, juro por Deus, com cara de entediada foi embora como se nada houvesse acontecido. 
Por falar em mulheres aterrorizadas, vocês lembram que as baratas corriam desesperadas quando acendíamos as luzes? Agora as nojentas correm ou voam é para cima da gente! Acho que estão tão osadas depois que falaram que elas resistiriam até a guerra nuclear que, tomaram coragem de nos chamar para a briga porque ousamos incomodá-la com nossas inconvenientes e desagradáveis lâmpadas.  
E as moscas? Não esqueci delas não. 
Antigamente lidávamos com duas pragas voadoras: as moscas e as muriçocas. As moscas apareciam durante o dia em locais onde tivessem lixo, sujeiras ou restos de comidas. Aparentemente faziam parcerias com os ratos pois, onde se encontrava um, achava o outro. 
Sei lá se foi porque os ratos cresceram ou porque o contrato de trabalho entre eles terminou mas, as bichas deixaram os locais sujos de lado e agora estão é em todos os lugares.
Se Raul Seixas estivesse vivo poderia fazer uma nova versão de “Mosca na Sopa”, colocando o inseto em qualquer outro lugar. 
Já as muriçocas surgiam apenas a noite. Pareciam ter um acordo com as moscas para que nos atanazassem em turnos diferentes. 
Elas não resistiam a inseticida, fumaça ou a o bom e velho tapa na parede. 
Hoje elas aparecem durante o dia, ficam drogadas e viciadas em inseticidas (dizem até que tem muriçocas em tratamento contra o vício de drogas) e reagem à fumaça com a mesma naturalidade que um Paulistano reage à poluição. 
Se você der um tapa em uma delas, corre o sério risco de tomar outro tapa de volta, ainda mais forte que o seu. 
Pior é que além de osadas, ainda resolveram dar carona a umas pragas indesejáveis tipo dengue, chicungunha e zica. 
Talvez seja até por isso que as moscas, mesmo sendo maiores, tem medo de reclamar contra a invasão de muriçocas no seu turno de trabalho. 
Animal que se respeita e tem minha admiração mesmo é a formiga. 
Trabalham, cuidam de sua própria vida e respeitam os bons e velhos costumes. Você não vê uma formiga fazendo nada de diferente desde antes de Noé botar um casal delas em sua Arca.
Isso sim é animal raiz!
E você que está aí horrorizado com essa falta de respeito no reino animal, coloque suas barbas de molho porque os humanos não estão muito diferentes... Não acredita?
Pois então vou te dar um exemplo:
Antigamente os burros carregavam nossas cargas e eram governados pela gente, não é? Hoje em dia, pelo menos aqui no Brasil, nós carregamos um burro nas costas e ainda somos governados por ele. 
Mas isso é assunto para outro dia...

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