Ontem conversei com um paulista e fiquei abestalhado quando ele me disse que, aqui na Bahia, não falamos o português direito e usamos um monte de gírias para nos comunicar.
Fiquei todo avexado quando aquele gringo azuado me falou isso.
Vou te contar, é barril essa mania do povo do sul de ficar criticando nosso jeito de falar.
Aquele baixo astral da boca de afofô me fez fazer uma cavalice e ficar com a cara de carranca. Um disgramado daquele, que usa um sotaque horroroso, querendo vir falar de mim.
Dei logo o doce dele e, quando veio responder, falei:
- Éniuma, caia pra dentro seu vacilão, que eu te dou o doce.
Aí ele ficou me olhando com aquela cara de abilolado.
Me faça uma garapa, um jumento desses, um lá ele da cara de zotáro... me faça uma garapa.
Veja se não é massa: um migueloso desses querendo tirar onda em minha favela! Falo mermo que é melhor que ficar na cocó.
Nunca na galáxia vou permitir isso. Faço parar de falar nem que seja na tora.
Ó paí, tá certo isso?
Oxe, não tá vendo que isso está errado?
Eu já cansado da palhetada e ainda tem que ouvir isso.
Ele deu sorte que sou pacato, porque se fosse outro dava um pau nesse queixo de concreto!
Falei logo: parta a mil, seu vacilão.
Aí ele veio querendo amenizar, me chamando para bater uma com ele.
Quem vai é coelho! Acabei de dar uma prensa e vou sair com ele? Só quando a galinha nascer dente!
Não são todos não, mas tem um rebanho de gente tacando o pau no jeito que a gente fala e nem sabe se comunicar direito.
Taco o pau mesmo, e ninguém vai me dar zignal.
Ele ximbou porque me deixou virado no cão com essas ideias xoxas.
Quer saber? Vou é tomar uma porque fiquei de calundu.
Agora a tradução:
Ontem conversei com um paulista e fiquei sem ação quando ele me disse que, aqui na Bahia, não falamos o português direito e usamos um monte de gírias para nos comunicar.
Fiquei irritado quando aquele forasteiro maluco me falou isso.
Vou te contar, fica difícil essa mania do povo do Sul de ficar criticando nosso jeito de falar.
Aquela pessoa sem classe, fofoqueira, me fez fazer uma grosseria e ficar de cara feia. Um ordinário daquele, que usa um sotaque horroroso, querendo vir falar de mim.
Falei tudo que deu vontade e, quando veio responder, falei:
- Venha para briga, seu otário que eu te dou uma lição.
Aí ele ficou me olhando com aquela cara de bobo.
Faça-me um favor, um desastrado desses, um desgraçado da cara de otário... faça-me um favor.
Veja se não é ótimo: um avarento desses querendo sacanear minha terra! Falo mesmo que é melhor que ficar na falsidade.
Jamais vou permitir isso. Faço parar de falar nem que seja à força.
Veja bem, está certo isso?
Olhe, não está vendo que isso está errado?
Eu já cansado da caminhada que dei até aqui e ainda tenho que ouvir isso.
Ele deu sorte que sou tranquilo, porque se fosse outro dava um murro nesse mentiroso!
Falei logo: saia daqui seu otário.
Aí ele veio querendo amenizar, me chamando para beber com ele.
Vou nada! Acabei de ameaçar e vou sair com ele? Nunca.
Não são todos não, mas tem um monte de gente criticando o jeito que a gente fala e nem sabe se comunicar direito.
Falo grosso mesmo, e ninguém vai me enganar.
Ele perdeu uma oportunidade porque me deixou muito bravo com essas ideias sem graça.
Quer saber? Vou é beber porque fiquei de mal humor.
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